Escolhas - Capitulo 03



Pov | Bella

Eu ainda não entendia como eu pude ser tão estupida ao ponto de deixar aquilo acontecer, eu não deveria ter acreditado no Antony, deveria ter imposto a camisinha em nosso relacionamento físico, mas como eu sou uma burra apaixonada apenas deixei que ele fizesse como queria e agora aquele positivo me fazia querer morrer, quando eu contasse para a minha mãe ela iria simplesmente me odiar por eu estar jogando meu futuro fora e eu não podia culpa-la caso ela me odiasse afinal eu mesmo naquele momento me odiava.

Peguei o teste e escondi dentro de uma gaveta na qual só continha alguns papeis antigos e que ninguém mexia, não queria que minha mãe visse o teste antes de que eu já tivesse decidido o que fazer.

Tomei um enorme susto quando a campainha tocou, me recompus e me levantei para atender a única pessoa que poderia contar naquele momento. Assim que abri a porta o Antony entrou e foi logo se sentando no sofá da sala, ele realmente se sentia em casa. Fechei a porta e permanecia alguns segundos de costas para ele, eu não sabia como ele iria reagir, mas podia prever que não seria uma das melhores reações.

—Isabella eu tenho treino daqui a alguns minutos então fala logo o que você quer.

Olhei para ele sem acreditar que ele estava preocupado com a porcaria de um treino qualquer.

—Antony se eu pedi a você pra vim aqui é por que é algo muito importante. – Me encaminhei até a estante onde eu tinha escondido o teste, para o caso da minha mãe chegar do serviço antes do Antony. Virei aquele palitinho para ele:

—Isso não é o que eu acho que é, né?

Senti as lagrimas escorrendo e eu simplesmente queria poder chorar o máximo que eu pudesse. Ele se levantou em uma velocidade impressionante e tomou o teste da minha mãe.

—Isso está errado, para com isso você não está gravida.

Ele estava incrédulo, eu o entendia até alguns minutos atrás eu estava do mesmo jeito, eu tinha tentado me convencer que possivelmente era só um erro da porcaria do teste, mas ao repetir o teste e dar o mesmo resultado eu simplesmente tive que aceitar a ideia de que dentro de mim agora tinha um bebe crescendo. Imaginar que tinha uma vida dentro de mim me dava um enjoo enorme e uma grande vontade de vomitar, acho que por nervoso.

—Antony eu simplesmente sinto muito, mas não nos cuidávamos direito, fizemos sexo várias vezes sem camisinha, estava na cara que isso podia acontecer.

Ele bufou alto, olhando ele parecia um touro raivoso pronto para atacar, ele andava de um lado para o outro com o teste na mão.

—Na cara de quem, por que você não tomou pílula para que isso não acontecesse você foi tão irresponsável.

Eu não conseguia acreditar que ele estava simplesmente colocando a culpa em cima de mim.

—Eu não fui irresponsável sozinha por que você não usou camisinha como tantas vezes eu pedi, agora você quer simplesmente jogar toda a culpa em cima de mim, vai pro inferno Antony.

Eu me sentia tonta pelo excesso de informações que circulavam na minha cabeça. Eu tinha esperado tanto que o Antony me apoiasse, mas ele só estava me deixando mais abalada e nervosa. Eu não sabia o que fazer.

—Não adianta ficarmos discutindo isso, eu sou muito novo para ser pai, a nossa melhor opção e tirar essa criança.

Olhei para ele sem acreditar que ele realmente tinha falado aquilo, senti a tontura aumentar e me sentei com medo de cair.

—O que? – Perguntei sem ter certeza se ele realmente tinha dito aquilo ou se foi coisa do meu subconsciente.

— Meu amor me escuta, somos muito jovens, se deixarmos isso ir adiante meus pais irão me matar – Eu olhei para ele pouco me importando como os pais dele iriam reagir o que me assustava era ele querer matar um bebezinho inocente que não tinha feito nada de mal ou errado, a culpa era nossa, nos dois que fomos irresponsáveis e tínhamos que assumir o que fizemos. – Olha eu sei que é difícil, mas pensa na sua mãe e em todos os planos que ela fez para o seu futuro e agora tudo isso vai ir por água abaixo por que fomos irresponsáveis, imagina como ela vai ficar quando você contar a ela. Se você concorda eu posso falar com meu pai ele conhece os melhores médicos do mundo ele pode encontrar alguém que possa fazer isso sem nenhum dano a você.

Os argumentos dele eram muito bons, mas eu simplesmente jamais me perdoaria se eu concordasse com a monstruosidade de aborta.

— Eu sinto muito Antony. – As lagrimas simplesmente cobriam meu rosto, sem que eu conseguisse controlar. – Eu não posso fazer isso, eu simplesmente não poderia conviver comigo mesmo se eu fizesse uma monstruosidade dessas.

Minhas palavras pareceram irrita-lo, mas ele se levantou como uma flecha do meu lado e voltou a disparar para mim:

—Então eu espero que você esteja pronta para assumir isso sozinha por que eu não vou destruir meu futuro por causa de um bebe que só veio para atrapalhar e que eu não quero.

Olhei para ele incrédula, eu entendia que ele pudesse estar nervoso com a situação até eu estava, mas jamais esperaria que ele pudesse me deixar sozinha, sendo que ele sempre garantia me amar e agora ele simplesmente queria virar as costas para mim no momento em que eu mais precisava.

Eu me levante para que eu pudesse ficar bem de frente com ele e disse:

—Faça o que você quiser eu realmente não me importo, mas eu não irei tirar meu filho­­. Assim que eu pronuncie as palavras eu me senti mais leve. Porque de toda aquela confusão eu tinha certeza de que eu jamais machucaria aquele bebe, mesmo que tudo desse errado e que eu tivesse que enfrentar o mundo sozinha eu faria o melhor para cuidar do meu bebe. Eu sabia que era bem provável que ele saísse da minha vida e não voltasse nunca mais, portanto eu nada podia fazer, mas não tinha como eu simplesmente obrigá-lo a ficar.

—Ótimo eu espero que você seja feliz com ele e que não espere nenhuma contribuição minha para cuidar desse bebe.

Quando ele pronunciou aquelas palavras meu mundo caiu, eu teria que contar a minha mãe e enfrentar todo mundo sozinha, eu já podia imaginar como eu seria tratada na escola se eu não perdesse a bolsa, como as pessoas olhariam para mim, e depois como olharia para o meu bebe. Me sentei ao sofá e comecei a chorar, eu precisava de coragem para contar a minha mãe.

[...]

Depois de ter uma crise de choro que durou bastante tempo eu tomei um banho e peguei meus cadernos para estudar para a prova que seria ainda naquela semana, mesmo estando com a cabeça cheia eu consegui me concentrar o suficiente para absorver bem o conteúdo.

Na hora de sempre minha mãe chegou ao me ver sentada estudando fez uma de suas tão constantes brincadeiras.

— Uau você estudando pensei que não te encontraria em casa. – Desde do dia em que eu descumpri a promessa que eu chegaria na hora ela vinha me tratando assim.

Peguei o outro fone de ouvido e coloquei no ouvida aumentando um pouco a música, a vontade de chora estava ali, mas consegui conter as lágrimas, só de imaginar o que ela iria falar quando eu contasse que eu estava gravida, ela iria me odiar isso era fato.

Ela foi até mim e depositou um beijo no topo da minha cabeça e disse algo como que iria tomar banho, não ouvi direito por que estava com a música muito alta nos fones.

Esperei ela cruzar a porta da sala para que eu me permitisse chorar, ela com certeza iria me odiar e naquele momento eu comecei a considerar o que o Antony tinha proposto.

[...]

— O que houve Isabella? – Perguntou minha mãe. Eu estava colocando a mesa para que jantássemos.

— Podemos conversa depois do jantar. – Pedi tentando tomar coragem, sabia que adiar não faria diferença nenhuma mais eu não sabia nem como começar e não queria destruir o jantar da minha mãe.

– Ok.

Jantamos em um silencio quase absoluto de vez enquanto ela comentava alguma coisa, sobre um assunto qualquer, eu não estava conseguindo comer os enjoos estavam muito fortes e eu estava com medo de comer e não conseguir controlar o vomito.

— Isabella coma e pare de ficar revirando a comida. – Olhei para minha mãe.

— Estou sem fome.

— Fale logo o que está entalado em sua garganta e seu apetite vai voltar rapidinho.

Revirei os olhos era bem provável que não, o enjoo não iria passa por que eu estava gravida eu iria ficar enjoada constantemente.

— Depois do jantar.

– Bom eu já terminei e está na cara que você não vai comer essa comida então vamos logo ao assunto.

Me levantei pegando meu prato e o dela e levando a pia.

— Vou lavar a louça primeiro. – Disse ligando a torneira.

— Não vai não, deixe isso para depois. Vem vamos para sala para você falar logo.

Senti meu estomago dá um nó, mas segui ela sem reclamar eu não iria consegui evitá-la para sempre.

— Pronto você já pode falar.

Encarei o chão buscando coragem sabia que depois que eu pronunciasse as palavras ela iria me odiar para sempre.

— Ou, eu amo você não importa o que aconteça.

Queria realmente acreditar naquelas palavras mas sabia que aquilo seria o fim para ela.

— Você foi expulsa da escola? – Não parecia como uma pergunta estava, mas para que ela estava fazendo uma lista das piores coisas que eu podia contar a ela. – Vai ficar reprovada?

Balancei a cabeça negando as duas alternativas, respirei fundo e simplesmente falei o que estava preso em minha garganta:

— Eu estou gravida.

Eu não consegui olhar para ela e ver qual era a reação dela eu era covarde de mais.

— Não você não fez isso.

Permaneci de cabeça baixa sem coragem de encará-la.

— Como você pode simplesmente jogar sua vida fora.

Não respondia afinal o que eu poderia dizer, não havia defesa para mim, não diante daquela situação.

— Ande Isabella responda.

Até então eu não queria considerar essa hipótese, era errado se eu fizesse jamais iria me perdoar, mas eu podia conviver com o meu ódio por mim mesma não com o ódio dela por mim, então disse as palavras que eu realmente não queria:

— Mãe se você quiser eu posso tirar, eu...

Antes que eu completasse a frase senti a mão dela bater na minha boca, não foi um tapa forte, algo somente para me calar. Ela costumava fazer aquilo quando eu era criança e falava alguma palavra feia.

— Nunca mais fale uma coisa dessas você enlouqueceu não foi essa criação que eu te dei.

Tirei coragem e encarei ela.

— Eu sinto muito mãe.

— Vem cá minha menininha.

Eu me sentei ao lado dela, ela me puxou fazendo com que eu deitasse minha cabeça no colo dela.

— Nunca mais você diga uma coisa dessas, olha para mim eu amo você e não quero que você nunca mais repita uma coisa dessas, um filho e uma coisa muito especial.

Senti o soluço romper meu peito.

— Eu realmente nunca quis matar meu bebezinho. – Eu já o amava tanto. Levei as mãos ao meu ventre, queria que ele começasse a se mexer logo, era idiotice da minha parte mais eu não conseguia odiar aquele bebe e nem para de pensar como seria os próximos meses, o crescimento dele. Eu já tinha pensado demais nas coisas ruins que viriam com minha gravidez precoce, agora queria me concentrar um pouquinho nas coisas boas. – Mas você sempre disse que odiava o fato de ter engravidado de mim, você sempre se arrependeu tanto eu só não queria que você odiasse mais o fato de me ter colocado no mundo.

—Vou ter que te dar outro tapa?

Ela nunca foi muito agressiva comigo, então aquela ameaça me deixou com o pé atrás.

— Da onde você tirou que eu odeio o fato de que você nasceu, você é a coisa mais importante da minha vida, tudo que eu fiz nessa foi por você.

Olhei para ela buscando verdade nas palavras dela, ela tantas vezes deixou claro que me amava, mas que gostaria de que as coisas tivessem sido diferentes, que queria não ter engravidado.

— Mas você disse tantas vezes que se arrependia de ter ficado grávida e...

— Sim disse isso e é verdade eu deveria assim como você ter sido mais cuidadosa, eu tinha planos, sonhos que eu nunca consegui realizar por que eu me tornei mãe. E esses planos eu queria não só por mim, mas por você também, eu queria ter terminado os estudos ido para uma faculdade, conseguido um emprego estável e que eu ganhasse bem, porque eu queria te dar o mundo, mesmo que isso pudesse transformar você em uma patricinha mimada.

Minhas lagrimas se intensificaram, era horrível saber que eu tinha destruído a vida dela.

— Sinto muito por tudo, mas eu realmente não queria ter nascido. – Era um péssimo momento para deboche mais eu simplesmente não consegui controlar.

Ela levou a mão esquerda ao meu rosto tentando secar as lagrimas que escoriam.

— Pare com isso e entenda que eu não me arrependo de ter tido você e sim do jeito em que as coisas aconteceram, eu era jovem e estava sozinha, seus avós não ficaram comigo, seu pai queria que eu tirasse você. Seus avos tinham uma boa condição e eu fui criada como uma princesa e de repente eu me via gravida sem um tostão no bolso, trabalhando como doméstica, dormindo de favor na casa de pessoas que eu mal conhecia. Eu só queria que você tivesse sido mais responsável do que eu, que tivesse se cuidado, o que eu queria e quero sempre foi o seu bem, eu realmente preferia que você não tivesse engravidado agora, mas o que foi feito foi feito e não podemos mudar isso.

— Então você não me odeia?

— Claro que não querida eu jamais iria odiá-la. Você é a coisa mais importante da minha vida.

Eu me sentia feliz com aquela declaração era bom saber que eu teria pelo menos o apoio dela já que eu não podia contar com o apoio de mais ninguém.

— Querida você já contou ao pai dessa criança?

Eu voltei a chora, eu simplesmente não conseguia controlar.

— Ele não quer a criança.

Senti minha mãe enrijece, eu sabia que era difícil para ela está passando por aquilo de novo, afinal ela tinha enfrentado quase a mesma situação.

— Querida você não fez nada sozinha, ele tem responsabilidades e se ele não quiser assumir vamos procurar a família dele e eles terão que fazer alguma coisa.

—Mãe por favor a mãe dele não gosta de mim, se você falar com ela, ela vai dizer que foi um golpe.

Eu sabia que era exatamente isso que aconteceria, portanto eu preferia criar esse filho sozinha do que pedir qualquer coisa a família Cullen. Se o Antony quisesse assumir bem, se não eu iria me virar com meu filho.

— Vamos deixar para conversa sobre isso depois, agora tente se acalmar por que esse choro todo não vai fazer bem ao bebe.

Tentei fazer como ela pedi e parar de chorar, afinal não queria prejudicar meu bebe, mas era difícil eu me sentia esgotada e muito pressionada, era tanta coisa que passava na minha cabeça, eu não sabia como iria ficar minha vida depois que meu bebe nascesse, provavelmente eu teria que larga a escola e começar a trabalhar, e eu iria virar o comentário da cidade, se o Antony não assumisse meu filho eu seria tachada como piranha ou coisa do tipo o que eu dissesse se quer iria importa, afinal eu era a bolsista e ele o filho de um dos homens mais rico do mundo.

— Deixa buscar um copo de água para você para de chorar.

Ela tirou minha cabeça no colo dela e colocou-me deitada no sofá. Ela voltou com um copo de agua com açúcar, não consegui beber muito o gosto estava me fazendo enjoar.

Ela voltou a sentar no sofá e puxou minha cabeça para o colo dela, ela ficou acariciando meu cabelo até que eu consegui me acalmar.

— Melhor você ir dormi na cama por que eu não aquento mais te levar pra cama no colo.

RI do que ela falou, ela não me levava para a cama no colo a muito tempo, era engraçado ver ela tentando fazer graça pra me animar.

Me levantei do sofá, pronta para ir para a cama, abaixei e dei um beijo no rosto dela.

—Obrigada por não me odiar.

Disse antes de deixar a sala. Ela apenas me deu um sorriso.

[cont...]

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