Escolhas - Capitulo 04

Pov | Bella

—Mãe eu posso ficar em casa hoje?

Pedi, eu ainda não sabia como eu iria lidar com aquilo não sabia se o Antony tinha contado a alguém, eu nem sabia se eu continuaria estudando eu precisava pensar.

—Isso não vai prejudicar você?

Minha mãe perguntou.

—Não, essa semana e toda de revisão de conteúdos que eu já sei.

Era verdade a próxima semana seria a de provas ai sim eu não poderia faltar, e eu ainda está longe de estourar minha cota de faltas, então.

—Ok. Eu vou marcar um médico para você, precisamos saber como está esse bebezinho. –Ela disse acariciando minha barriga.

Balancei a cabeça afirmando, minha boca estava cheia, eu estava simplesmente aproveitando que meus enjoos tinham dado um tempo.

—Coma devagar.

Pediu ela.

[...]

Aquilo só poderia ser uma brincadeira de muito mal gosto do Edward.

—Não é mentira.

Eu não conseguia controlar as lagrimas, o olhar dele revelava que sim era verdade, afinal ele não brincaria com uma coisa seria dessas.

—Desculpas eu só não queria que você soubesse por meio de qualquer um dos fofoqueiros  da escola, então eu achei melhor vir te contar pessoalmente.

—Como que ele está.

Minha cabeça estava confusa, eu não conseguia entender o porquê de ter que acontecer logo com o Antony.

—Ele passou por uma cirurgia agora ele está instável, mas em coma.

Senti minhas pernas fraquejarem virei eu não sabia o que fazer qual seria a melhor reação a se ter, caminhei até o meio fio mais perto e me sentei ali, não estava aquentando ficar em pé, sentia meu corpo tremendo.

—Bella.

Senti o Edward sentando ao meu lado e o braço dele passar pelo meu pescoço, me abraçando, mas eu não conseguia retribuir o abraço, eu simplesmente não conseguia me mexer, percebi que eu não era a única ali que chorava.

—Vem eu vou te levar para dentro da sua casa.– Ele passou a manga da blusa dele sobre os olhos tentando esconder as lagrimas.

—Não eu quero ver ele, por favor.

—Você não me parece bem é melhor você ir para casa.

—Eu preciso vê-lo, por favor. –Insisti.

—Tudo bem, eu te levo. – Ele se deu por vencido.

[…]

Eu não consegui identificar as coisas, tudo estava muito branco, consegui ouvir o Edward dizendo algo sobre ir falar com os pais dele e me pedindo para esperar sentada em um banco que ele tinha me colocado sentada.

—Eu não estou me sentindo bem.

Disse quando senti ele pegando minha mão.

—E melhor você ir embora, depois você voltar, você não me parece estar bem.

—Não eu estou ótima eu preciso vê-lo. –Era contraditório, mas eu precisava ver como, eu precisava ter certeza de que não era uma brincadeira do Edward.

Ele resmungou algo que eu não consegui compreender, mas me ajudou a levantar e me mostrou o caminho, antes que eu pudesse dá o primeiro passo senti minha cabeça gira e de repente ficou tudo escuro.

[...]

Fechei os olhos diante da claridade, voltei a abri os olhos dessa vez com mais calma deixando meus olhos se acostumarem com a luz. Olhei em volta reparando que eu estava dentro de um quarto de hospital.

—Bella que bom que você acordou.

Olhei para o Edward, eu não entendia o que eu estava fazendo naquele quarto e nem o que o Edward estava fazendo ali comigo.

—Edward o que aconteceu?

Perguntei, enquanto tentava me sentar, ao ver meu esforço ele me ajudou.

—Você não se lembra.

Quando ele disse as coisas começaram a fazer sentido e eu conseguia me lembrar o que tinha acontecido.

—Diga que é mentira?

Pedi, eu não queria aceitar que o Antony tinha realmente se machucado.

—Por favor se acalme Bella, o médico disse que você não pode se estressa.

Se ele estava falando aquilo ele já sabia da gravidez.

—Eu quero ver ele.

Pedi. Eu simplesmente precisava vê-lo.

—Calma o médico precisa te liberar.

Ele disse colocando a mão na minha barriga, para me conter e evitar que eu descesse da maca.

— Você não quer fazer mal a esse bebe quer?

Balancei a cabeça negando, eu já conseguia amar aquele bebezinho de uma forma tão positiva que era absurda.

— Serio quase não acreditei quando o médico disse que você estava gravida.

Ele não parecia triste com a notícias, ele tinha um sorriso brincalhão no rosto.

— Vai ser engraçado ver você no papel de mãe.

Sorri era bom ver alguém totalmente feliz com minha gravidez.

— Seria melhor se eu fosse o pai, mas vou me contentar com o papel de tio babão.

Olhei para ele sem graça, eu não gostava quando ele ficava falando aquelas coisas.

— Edward, por favor. Pedi eu não queria que ele ficasse falando aquilo.

—Tudo bem parei.

—O médico vai demorar muito?

Perguntei. Tentando quebrar o clima que tinha ficado estranho.

—Ele deve estar esperando sua mãe chegar, afinal você é menor de idade, eles só te atenderam por que você estava desmaiada no corredor, falando nisso desculpa não ter conseguido te segurar e que você é meio pesada.

—Minha mãe? Perguntei.

—Sim, eu liguei para ela, e você deveria colocar uma senha menos obvia no seu celular. Olhei para ele sem entender afinal meu telefone não tinha senha, ao notar minha confusão ele disse:

—“Edward eu te amo” é uma senha muito óbvia.

Foi impossível conter o riso, sem consegui acreditar que ele tinha mesmo colocado essa senha no meu telefone.

— Você é muito idiota.

Dei um tapa no braço dele.

Batidas na porta fizeram com que parássemos com as brincadeiras. Julguei ser o médico, pelo menos o homem estava vestido assim.

—Com licença. Que bom que está acordada mocinha. Sorri levemente para o doutor.

— Bom eu tenho os resultados dos seus exames, está tudo bem com o bebe, mas eu preciso que fosse tome mais cuidado, e principalmente evite estresse.

Balancei a cabeça, concordando eu iria tentar ao máximo não me estressar.

—Bom eu já passei todas as indicações detalhadamente a sua mãe e aconselho que comece o mais rápido possível o pré-natal. Agora se me dá licença tenho que ver outros pacientes, mas sua mãe já vai entrar.

Antes que ele saísse, eu perguntei:

— Doutor eu já posso ir embora?

— Não você irá passar a noite aqui para que possamos ter certeza de que o estado do bebe está bem, temos medo que com sua queda possa haver um deslocamento de placenta e precisamos verificar melhor sua reação nas próximas horas para termos certeza antes de podermos libera-la.

Eu me assustei não entendia o porque ele não me explicar o que estava acontecendo comigo.

—Se mantenha calma, lembre-se que você não pode se estressar. E só algo que temos que avaliar com cuidado.

Senti o Edward pegando minha mão.

[...]

Chegamos no quarto que eu julguei ser onde o Antony estava pela hesitação do Edward ao abrir a porta.

—Posso ficar sozinha com ele.

Pedi, ele então abriu a porta esperou que eu passasse.

—Qualquer coisa me chame, ok?

Balancei a cabeça e fique vendo-o fechar a porta.

Ver o Antony naquela situação fez meu coração se aperta, me aproximei hesitante da cama, ele estava deitado, tinha um curativo do rosto, esse começava um pouco abaixo dos olhos até um pouco acima dos lábios. Passei lentamente a mão pelos cabelos dele, ele parecia tão frágil, o braço dele estava imobilizado, parecia estranho mais eu sentia uma grande necessidade de falar com ele mesmo sem ter certeza de que ele escutaria.

—Amor.

Eu travei eu não sabia o que dizer ou o que fazer, eu estava com raiva dele pelas coisas que ele tinha dito quando eu contei a ele, mas mesmo assim eu o amava. Tomei a decisão que me pareceu mais adequada, lentamente com medo de machuca-lo aproximei meus lábios dos dele depositando um leve selinho.

—Eu te amo, sempre vou te amar, quando você acorda eu vou estar aqui esperando por você. Eu e o nosso bebe.

Prometi tendo a certeza de que eu jamais amaria alguém da forma que eu amava ele.

Mantive meu rosto apoiado no peito dele, sem colocar realmente peso eu só queria sentir ele mais perto de mim, mesmo que ele tivesse me abandonado no momento em que eu mais precisei dele, eu o amava muito e não senti que aquela era a hora de odiá-lo não quando ele estava naquela situação, iriamos resolver nossa situação depois.

[…]

—Bella, Bella.

Senti alguém balançando meu corpo, internamente sorri por saber que aquilo era um sonho ou melhor um pesadelo.

Foi só abri os olhos para que o pesadelo voltasse, eu estava em no quarto de hospital, eu tinha pegado no sono com a cabeça ainda apoiada no peito do Antony, ele ainda tinha a expressão tranquila como se tivesse tendo um sonho bom.

—Desculpa te acorda e que temos que ir, minha mãe que entrar e …

Ele deixou a frase morrer no ar, mas eu sabia a mãe deles não gostava de mim, não me achava digna do filho dela.

—Tudo bem.

Me aproximei novamente do Antony e roubei, mas um beijo dele.

—Eu te amo. Sussurrei.

Saímos do quarto em silencio, assim que passei pela porta a cara que a dona Esme Cullen fez deixou claro que ela me odiava, por algo que eu nem tinha feito.

—Olha aqui mocinha parabéns você realmente conseguiu dar o golpe, eu avisei tanto ao meu filho que você não passava de uma vadia que só queria o dinheiro dele, mas ele é teimoso e não quis me ouvir e olha só agora está ai você gravida. –Eu não podia acreditar que ela estava me falando mesmo aquelas coisas. Como alguém podia ser tão cruel.

—Eu não quero dar golpe em ninguém. – Eu disse meu tom de voz era baixo, diferente do dela.

—E nem vai, não ache que você vai conseguir um centavo da minha família.

—Eu não preciso de nada que venha de você e nem da sua família.

Eu estava tentando me manter calma, tentando me lembrar do que o médico disse que eu não podia me estressa, mas eu não conseguia. Já sentia as lagrimas banhando meu rosto.

—Mãe para já com isso, a Bella não pode se estressar, ela pode perde o bebe, pare de ficar falando essas coisas para ela. –Disse o Edward.

—Que perca, seria até melhor. – Senti meu estomago embrulhar com as palavras dela, me apoiei na parede com medo de cair, eu estava bastante tonta. – E pare de defender essa daí, sempre achei que você fosse o inteligente, vai cair no golpe dela. Ela está vendo que as chances do seu irmão saem dessa situação e pequena ela já estava se jogando para cima de você, ela não passa de uma vadia aproveitadora que não respeita nem um momento como esse.



[...]



—Ai que bom que você acordou, de novo.

Olhei para ele procurando me lembra de tudo que tinha acontecido.

—Como está meu bebe? –Perguntei ao Edward eu precisava ter certeza de que estava tudo bem com ele.

—Está tudo bem, mas o médico falou um monte por eu ter te ajudado a ir visitar o Antony, então se prepare.

Ele riu e veio se sentar na maca onde eu estava.

—Desculpe por isso. –Pedi não queria que ele se metesse em confusão por minha causa.

Ele balançou a cabeça rindo.

—Por você eu faço tudo. – Ele pegou minha mãe entre as dele e ficou mexendo com meus dedos. –Serio desculpa pelas coisas que minha mãe falou.

Ele parecia envergonhado, mas eu jamais o culparia.

—Não se preocupe eu não ligo para nada do que sua mãe falou. –A mentira era obvia, era claro que eu ligava, eu nunca tinha feito nada para aquela mulher, nada que pudesse despertar aquele ódio que ela demonstrava sentir por mim.

—Vou fingir que acredito.

Resolvi mudar de assunto, não queria me chatear, não mais.

—Cadê minha mãe?

—Foi tomar um café, pode não parecer mais a Bella adormecida demora muito para acorda.

—Prometo que no próximo eu irei acordar mais rápido.

Ele ficou sério rapidamente.

—Nem brinque com isso. Prometa que não irá desmaiar novamente.

Balancei a cabeça negando.

—Não posso prometer isso. –Ele me olhou com cara de mal e me ameaçou.

—Prometa.

Balancei a cabeça novamente, eu não podia prometer isso a ele, eu não tinha controle desse tipo de coisa. Antes que eu percebesse a intenção dele, ele levou as mãos a minha barriga, fazendo cosquinha em mim, eu não suportava cosquinha e de alguma forma ele parecia saber disso.

—Por favor, pare. –Implorei, entre risadas.

—Prometa. – Não consegui falar nada as minhas risadas eram intensas, eu já me contorcia na cama, apenas balancei a cabeça negando. –Então aquente.

Ele ainda permaneceu alguns minutos naquela tortura intensa, antes deu ceder:

—Ok, eu prometo.

—Viu não foi tão difícil.

Balancei a cabeça, enxugando as pequenas lagrimas que tinham escorrido.

—Foi sim, serio não faça mais isso.

Ele negou com a cabeça de forma travessa.

—De jeito nenhum esse é o jeito mais fácil deu consegui o que eu quiser de você.

Batidas na porta nos interromperam.

—Posso? –Perguntou minha mãe colocando a cabeça para dentro do quarto.

—Claro. Respondi.

—Que bom que você acordou estava começando a ficar preocupa.

Mordi os lábios envergonhada, eu não queria ter causado mais problemas a ela.

—Bom já que você voltou para tomar conta dela, eu preciso ir para casa. –Afirmou o Edward para minha mãe.

—Ok, eu realmente agradeço por tudo o que você fez pela minha filha.

—Por ela eu faria muito mais.

Obvio que ao ouvi-lo pronunciar essas palavras eu fiquei vermelha feito um pimentão.

—Tchau moranguinho.

Olhei para ele, o mesmo gargalhou alto ele sabia que eu odiava quando ele me chamava de moranguinho.

—Sem bico por favor, volto amanhã para levá-la para casa.

Revirei os olhos.

—Não precisa. –Eu fui sincera, ele não precisava ficar se preocupando comigo. Ele tinha as coisas dele.

—Claro que precisa e nem pense em discutir. Agora tchau. –Ele depositou um beijo no meu rosto antes de se levantar da maca. Ele caminhou até a minha mãe e beijou a mão dela, ele era um galanteador barato.

Tanto eu quando minha mãe acompanhamos com os olhos ele pegando o casaco em cima de um sofá que tinha ali e acenar antes de sair.

—Ele é um bom menino. –Disse minha mãe olhando para mim.

—Sim ele é incrível.

—Parece que ele gosta muito de você. –Antes que ela começasse eu conseguia perceber onde ela queria chegar com aquela conversa.

—Ele é só um amigo.

—Eu não disse o contrário.

—Mas pensou, que eu sei.

Ela sorriu para mim.

—Eu não sabia que agora você tinha o poder de ler mentes. Eu só o achei uma pessoa encantadora, bem diferente do outro.

Olhei para ela, eu não iria permitir que ela falasse assim do Antony.

—Pode para, não fale de alguém que não pode se defender.

—Querida eu não estou falando isso por maldade, só quis frisar a diferença entre eles e eu sinto muito pelo que aconteceu com o menino Antony, não gostava do relacionamento de vocês, não concordo com o que ele fez com você e essa criança, mas nunca jamais desejaria mal para ele.

Olhei dentro dos olhos dela, reconhecendo verdade nas palavras dela.

—Ok.

—Bem depois você me lembra de agradece ao seu amigo por ter pagado a conta do hospital, se ele não o tivesse feito iriamos passar fome esse mês, a conta desse hospital é um roubo você precisa ver.

—O Edward pagou? –Perguntei surpresa.

—Sim.

—Ele não devia ter feito isso. –Disse envergonhada, mas eu daria um jeito de devolver o dinheiro que ele tinha gastado. Eu tinha dito sério quando falei para aquela mulherzinha que eu não queria nada que vinhe-se da família dela.

—É eu também não gostei muito sabe que eu não gosto de ficar devendo favores a ninguém, mas realmente eu não tinha como pagar esse hospital. –Sim eu sabia –Mas eu gostaria muito de saber o que causou o seu segundo desmaio, entendo que na primeira vez você tenha ficado nervosa quando soube do acidente, mas essa segunda....

Eu não poderia contar a verdade a ela se não provavelmente ela iria querer tirar satisfação com a Esme e a situação iria piorar.

—Eu não aquentei ver o Antony no estado em que ele está. –Menti saiu de forma tão verdadeira que eu me espante. Mas era de certa forma verdade vê-lo daquela forma, tão frágil não era algo em que eu estava preparada.

—Sinto muito querida.

Baixei os olhos não conseguia mentir para ela e ainda a olhar nos olhos, depois que sabe mais para frente eu conseguisse contar a verdade do que tinha se passado.

Respirei fundo controlando a profunda vontade de chora que tinha se apoderado de mim, mas bem difícil pensar na situação em que eu estava, pensar no estado do Antony e o quanto as coisas tinham mudado em tão pouco tempo, e...

—Chora querida vai fazer bem.

Os braços da minha mãe me envolveram permitindo que eu chorasse no colo dela, tentando aliviar um pouco aquilo que eu estava sentindo.

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